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  • Foto do escritorThiago Dias

Tecnologia e Medicina do Esporte: Parte 2

Atualizado: 6 de jul. de 2021

Semana passada selecionei algumas empresas e companhias que atuam diretamente no esporte através da ciência e tecnologia. Alguma dessas empresas inclusive já foram premiadas por sua inovação e pelo impacto no cenário esportivo, principalmente no que se refere a promoção de saúde e prevenção de lesões. Essa semana abordei mais 3 empresas que trabalham com futebol americano e esporte de alto rendimento, são elas: TopSpin Technologies, SOLIUS e Nobo.


1º - TopSpin Technologies

Detroit, Michigan/London, Ontario, Canadahttp://www.topspin360.com/


Antes do método de treinamento patenteado Top Spin 360, a maneira mais comum de fortalecer o pescoço ocorria através do aparelho chamado 4-way neck machine. Esse método, no entanto, apenas treina os músculos para gerar força contra uma resistência estática a uma velocidade lenta de contração. Além disso, apenas treina o pescoço em 4 direções (flexão, extensão, flexão do lado direito e esquerdo) e não treina a rotação ou qualquer outro ângulo oblíquo. Impactos que causam concussão exigem que os músculos do pescoço reajam reflexivamente, contraindo-se rapidamente para absorver a força.


O TopSpin 360 usa força centrípeta, melhorando a força nos três planos de movimentação do pescoço (dinâmica multiplanar) de maneira segura, pois os indivíduos só podem girar o peso tão rápido quanto os músculos do pescoço podem executar e o peso para de girar se esses músculos se cansarem ou perderem a coordenação/balanço.

Fonte: topspin360.com

Impactos que causam concussão exigem que os músculos do pescoço reajam reflexivamente, contraindo-se rapidamente para absorver a força. Para cada aumento de uma libra (0,45 kg) na força do pescoço, as chances de concussão diminuem em 5%. Identificar diferenças na força geral do pescoço pode ser útil no desenvolvimento de uma ferramenta de triagem para determinar o risco de concussão.


O treinamento neuromuscular projetado para melhorar as respostas dinâmicas dos músculos cervicais pode ser uma abordagem mais adequada e eficaz do que o treinamento de força para reduzir as chances de sustentar impactos de alta magnitude na cabeça entre atletas de futebol.


A equipe de futebol americano da Western University está atualmente usando o dispositivo Topspin 360 para treinar seus jogadores de futebol, visando reduzir significativamente o número de concussões. Os jogadores da equipe treinam com o dispositivo na pré-temporada e a equipe médica mantém a monitorização.


“É algo que levamos muito a sério. Precisamos tornar nossos esportes de contato mais seguros e esperamos que isso seja algo que fortaleça o pescoço de nossos jogadores e ajude a reduzir concussões.” - Western University Football Team Head Coach Greg Marshall

2º - SOLIUS

Seattle, Washingtonhttps://www.solius.com/


Por milhares de anos, atletas de elite se voltaram para a energia do sol para otimizar o desempenho. O sol desencadeia a produção de muitos hormônios e peptídeos no corpo humano, incluindo o hormônio crítico vitamina D (sim, muitos pesquisadores já consideram a vitamina D um hormônio).


A vitamina D se converte em um hormônio utilizado por quase todas as células do corpo, importante para a função normal do sistema pancreático, nervoso, cardiovascular, musculoesquelético e imunológico.


Atletas em todo o mundo sofrem muito com a falta de luz solar e vitamina D. De fato, quase 80% dos atletas profissionais têm níveis inadequados de vitamina D, e isso leva ao aumento de lesões, recuperação mais lenta e desempenho reduzido.


SOLIUS é o primeiro dispositivo de autoatendimento do mundo projetado para estimular a produção de hormônios e peptídeos do corpo, críticos para muitos aspectos da saúde. Ao contrário dos suplementos e pílulas de vitamina D, o dispositivo imita a luz solar, que faz com que o corpo produza níveis naturais ideais de vitamina D, sem risco de overdose e exposição aos raios ultravioletas.

Para compreender o funcionamento dessa nova tecnologia é necessário entender a diferença entre os raios ultravioletas A e B. O raio ultravioleta A (UVA) é o mais incidente na superfície terrestre, presentes durante todo o dia e são os mais prejudiciais à saúde. O raio ultravioleta B (UVB) é responsável pelas queimaduras, com maior incidência entre 8-9 até as 16 horas do dia e estimulam a produção de vitamina D.


Usando uma série de lentes e filtros, o SOLIUS é capaz de direcionar com precisão o espectro de luz UVB que os estudos demonstram apoiar e melhorar a função física, mental e imunológica. O espectro alvo é 293-303nm.


Devido ao foco preciso no espectro alvo, filtra os raios UVA prejudiciais, responsáveis ​​pelo câncer de pele e pelo envelhecimento. Além disso, emite muito pouca energia em comparação com o sol, dispositivos UVB de banda estreita, simuladores solares e dispositivos de bronzeamento. Ou seja, isso significa produção eficaz de vitamina D, com muito pouca energia UVB. A quantidade de raios nocivos que você receberia seria semelhante a ficar ao sol por cerca de 9 segundos.


Ao determinar o tempo de exposição, o SOLIUS leva em consideração a grande variedade de tipos de pele e níveis de fotossensibilidade. O software explora a zona ideal para cada indivíduo e armazena informações de dosagem, garantindo que a dosagem seja adequada às necessidades do seu corpo.


A porcentagem de conversão de pré-vitamina D3 por unidade de UV é a medida definidora da eficiência da síntese de vitamina D3. SOLIUS produz 711% mais vitamina D3 do que a luz solar, com 99% menos exposição total aos UVR. Para obter os mesmos efeitos de uma única sessão, você precisaria comer aproximadamente 5 quilos de salmão, beber 273 copos de leite ou tomar 70 comprimidos de vitamina D por semana.


No início de 2019 a empresa obteve a segunda colocação na premiação 1st and Future da NFL, na categoria relacionada a Inovação, conquistando a premiação de 20.000 dólares.

Rick Hennessey, CEO SOLIUS

3º - Nobo

Milwaukee, Wisconsinhttps://www.nobo.io/


Os treinadores responsáveis pelo desempenho de seus atletas entendem que manter a hidratação adequada é uma etapa fundamental na preparação do atleta e competições. Os atletas, no entanto, geralmente não prestam a atenção necessária para esse fator nutricional, colocando-se em risco modulando negativamente sua performance.


A desidratação pode elevar a temperatura corporal, aumentar a frequência cardíaca e o risco substancial de doenças relacionadas ao calor. Outros problemas que podem ocorrer com a desidratação incluem comprometimento cognitivo, alterações de humor, tempos de reação prejudicados e habilidades motoras prejudicadas.


Para cada 1% de perda de peso decorrente da eliminação de fluidos, a frequência cardíaca aumenta cerca de três a cinco batimentos por minuto.


Agora, apenas olhando para uma perspectiva de desempenho, após 2% de perda de massa corporal como resultado de perdas de fluidos, você começa a ter problemas de performance, principalmente em exercícios de resistência.


A empresa Nobo desenvolveu um dispositivo de monitoramento que mede os níveis de hidratação e, embora possa ser usado para melhorar o desempenho de um atleta, foi destacado no evento 1st and Future da NFL pelo seu potencial de evitar tragédias por desidratação.

Fonte: nobo.io

O B60 da Nobo pode avaliar rapidamente a hidratação de uma equipe de atletas, permitindo que os treinadores intervenham antes que ocorram problemas de saúde significativos.

Funciona usando a tecnologia óptica, utilizando várias cores diferentes do espectro eletromagnético de luz nos tecidos do corpo e medindo a quantidade de luz absorvida. Esse sinal permite medir o estado completo da hidratação, avaliar se você precisa de reidratação ou se consumiu água em excesso.


Um grupo interessado no monitor de hidratação é o Instituto Korey Stringer da Universidade de Connecticut, nomeado em homenagem ao ex-Offensive Tackle do Minnesota Vikings que morreu após sofrer um colapso. Fundado pela esposa de Stringer, Kelci, o instituto é dedicado à pesquisa e prevenção de morte súbita em esportes e atividade física.


Texto e pesquisa de autoria de Thiago Dias, médico do Flamengo Imperadores.


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